Retomada de nossa Agenda

No dia de ontem, 21/05/2016 fizemos a ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA doCENIERJ para a revisão estatutária e a tradicional e necessária avaliação do último encontro.

O INSTITUTO MANDELA DE VOLTA REDONDA, através de seu Presidente Paulo Marques pleiteou sediar o próximo encontro, sendo aprovada a solicitação para os dias 12, 13 e 14 de AGOSTO de 2016.

Foi um construção de nossa amiga Marilèia Santiago, fazendo turismo militante...tijolo a tijolo dando a liga de nossa reconstrução.

Com a realização do exitosa de mais esse avanço na reconstrução de nossas relações vamos firmes na luta!!!

Tivemos a participação ativa de um grupo que manteve-se firme até as 17 horas, quando encerramos os trabalhos.

É bom lembrar que com o Encontro de Itaocara, o 51º de nossa história , marcamos o início de um esforço concentrado rumo as comemorações dos 30 anos de CENIERJ, que acontecerão ao longo do ano de 2017: Nossa fundação consta do dia 27/09/1987. 

O marketink foi legal, porque vieram tantas perguntas e críticas que movimentamos nossa rede. Mas, a história nos conta, e vai esta no livro que a instituição começou a ser gestada em 1986, quando os bravos guerreiros e guerreiras fundadores realização a primeira reunião em São Gonçalo. História esta, de pessoas determinadas a denunciar  e combater o racismo no interior do estado do Rio de Janeiro...Caminhada pedregosa feita de erros e acertos; experiências exitosas e muitas frustrações; desafios superados e outros deixados para trás. Mas, sempre com o objetivo direcionado em reunir as famílias negras do interior e mostrar nossa força.

Quando nos juntamos, não é para fazer pic nic, mas para realizar tudo o que queremos; debater, discutir, propor, aprovar e consensualizar... E depois sim, a confraternização...

Desde novembro quando fizemos o Planejamento Estratégico em São Gonçalo, nossa principal meta era RETOMADA DA AGENDA DE ENCONTROS. 

Realizamos com suor e lágrimas o LI ENCONTRO DE ENTIDADES NEGRAS DO INTERIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no município de ITAOCARA e sob a coordenação do CENTRO DE REFERENCIA E PESQUISA DA CULTURA NEGRA DE ITAOCARA, sob a presidência do companheiro Marechal (José Leonissa), nos dias 08,09 e 10 de abril. O evento marcou a retomada de nossa agenda e foi positivo para a superação do desânimo, da desmotivação e de nossa distância territorial.

Em nome do CENIERJ queremos agradecer ao CRPCI  pela realização do Encontro. 

Sabemos que não é fácil. Mas, conseguimos!!!!

Aos que não puderam ir ressaltamos que duas questoes importantes foram colocadas: 

1. A solidão das instituições que ficam nos municípios mais distantes da capital; 

2. a necessidade de darmos mais visibilidade as nossas instituições. 

O ponto alto do evento foi realmente a volta do nosso entalhe desaparecido, devidamente substituído por uma réplica feita pelo artista plástico Martin Sanches, marido de nossa militante de Armação dos Búzios, Sirlei Regina.

Nossa próxima missão de afixar todas as plaquinhas dos encontros que tivemos.

PARABÉNS A TODAS E TODOS!!!

Somos desses!!!

Saberes das mais velhas

Na cultura ocidental o velho é descartável. Nas culturas indígena e africana o tempo trás saberes, a idade nos coroa com a sabedoria da experiência e a idade nos dá gratidão aos aprendizados que tivemos ao longo da vida.

Somos um produto de nossos mais velhos, com os novos olhares e aprendizados que deveremos recolher em nossa caminhada e apresentar ao nosso legado quando já tivermos ido.

O CENIERJ trás em si a força de muitas pessoas que geram e produzem o que compartilhamos em nossa caminhada. A manternidade é representada pelo útero pelo coração e seu significado é diferente para cada pessoa.

Através de nossas matriarcas, lindas e sábias Eny Vidal do Movimento Negro do Carmo e Edir das Pondongas queremos homenagear todas as mentes criadoras do nosso interior do Rio de janeiro.

ISTO É CENIERJ

O BRASIL está mudando...

Fizemos muitas coisas nesses anos de existência, mas sabemos que o país e o mundo passam por momentos muito delicados.

Ondas de conservadorismo e retrocesso tem sido percebidas em diversos locais nos mais diferentes territórios, culturas e continentes.

No interior, sem tivemos dificuldade de acessar muitos dos instrumentos de promoção social que foram conquistados por lutas das quais também participamos. Mas, nossa contribuição sempre foi ignorada quando as verbas governamentais teriam que chegar para o desenvolvimento de nossos projetos e propostas.

O trabalho escravo e o regime feudal ainda existem em muitos lugares e o interior de nosso estado é uma mostra disto.
Foi o que nos disseram os militantes do município onde se realizou nosso último encontro.

Agora é hora de um novo trabalho, voltamos a buscar nossos espaços. Estamos na luta e vai ser imprescindível nos unirmos.

Queremos participar dos espaços que Buscam Reparações e o CENIERJ agora também está na COMISSÃO DA VERDADE SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA onde poderemos contribuir para a construção de oportunidades e propostas para as mudanças sociais que não dependem de governos ou das políticas publicas e sim de nossa reação e valorização.
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