quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Educação Inclusiva: O permanente desafio para negras e negros

"Fernando de Azevedo, secretário de educação do Distrito Federal de 1926 a 1930, acreditava que "sem a criação de elites capazes de guiá-las, a educação das massas populares resultará num movimento na direção da pior demagogia". "As massas", sempre, são os outros. É a velha demofobia. Se não fizerem o que eu digo, a choldra descerá dos morros e destruirá nosso paraíso tropical. Os negros dirão que são negros. ...” (Lucio Magano, por e-mail em 8/9/2006, sobre o livro do Prfº americano Jerry Dávila, da Universidade da Carolina do Norte, “Diploma de Brancura: Raça e Política Social no Brasil, 1917-1945" - "Diploma of Whiteness", publicado em 2003, inédito em português)

A educação é o começo de tudo e a escola é um dos aparelhos ideológicos do estado. Por este caminho têm sido exercido o domínio, a manipulação e principalmente a nossa exclusão e depreciação. Nosso descarte social.
Então, ao iniciarmos algo novo, se faz necessário estabelecer o foco de nossas ações, direcionando cada um de nossos novos passos a trajetória que previamente escolhermos para nossa dedicação diária.
A midia virtual nos permite socializar informações em velocidade instantânea e isto tem possibilitado a um número cada vez maior de atores sociais ampliar seu conhecimento e se apropriar de novas ferramentas que os permitam contribuir com as mudanças que precisamos fazer em busca de uma educação com a nossa cara, democrática e libertária.
Nossa proposta, como seguimento social organizado é compartilhar nossas dúvidas e questionamentos, encontrando novos ambientes para uma formulação coletiva para modificar conceitos e pré-conceitos.
Abrir esses novos espaços para o diálogo e o entendimento acerca da construção de novos paradigmas em nossa forma de gestão comunitária, é imprescindível, para vivermos aqui  “o resto de nossas vidas”. E todas as vezes que me penso falo “o resto de nossas vidas”, percebo a força dessas palavras como instrumento de indução ao pensamento de que até aqui não fizemos nada.
Com certeza, não é isto!
Chegamos até aqui passando pelo esforço de superação do analfabetismo através das mulheres da Frente Negra Brasileira alfabetizando e auxiliando centenas de negras e negros... 
Nossas professora que não podiam frequentar o Instituto de Educação.

Inserimos o 100% Negro; Preto é cor e Negro é Raça; Reparações Já; Ações Afirmativas, Atitude Positiva; Cotas Raciais, e junto com tudo isto os temas transversais e as Leis 10.639/03 e a Lei 11645/08.
Temos lutado para que nossas crianças tenham esperança e futuro; contra os indicadores de mortalidade infantil, materna, de crianças e jovens negro.
Lutamos por educação de qualidade e para que o resto do Brasil entenda que todos precisam estudar a Historia da África, de seus descendentes, sua cultura e importância para esta país.
São construções ideológicas de algumas pessoas que se recusaram a aceitar o lugar que nos foi destinado na sociedade e a invisibilidade que o país demonstrava ter das questões que nos afligia.
Muita gente acha que ser militante do Movimento Negro é uma perda de tempo. Alguns intelectuais desdenham de nós, mas continuamos a insistir, pois alguém precisa fazer o dever de casa e se estamos aqui até agora não é apenas porque somos bons alunos, mas principalmente porque tivemos e temos os melhores professores.
Feliz Dia a todos os professores e professoras do CENIERJ, a força que vem do interior.

Axé!

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